SEIS DÉCADAS ANUNCIADAS: DESTINO DE TRISTEZA, se DEUS quiser não.
Em uma época sem muitas notícias que dêem audiência, os palestinos e israelenses resolveram novamente aparecer nos jornais. O assunto em que estão envolvidos, como de costume, é a violência no território dos dois povos. Anteontem, sábado, mais de 200 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza devido a bombardeios de Israel.
O governo de Tel-aviv havia demonstrado aos palestinos que iriam, de alguma forma, revidar aos foguetes lançados no sul de seu território, os quais deixaram uma vítima fatal. A resposta dos israelenses, no entanto, não foi à altura das armas de seus vizinhos. Vários mísseis, lançados pelos aviões do exército aliado aos EUA, atingiram muitas construções de Gaza, mataram 205 pessoas e feriram mais de 300, conforme os dados divulgados por sites de internet brasileiros até as 16h do dia 27.
O ministro da defesa de Israel afirmou que a ofensiva será mantida enquanto for preciso. O mesmo foi dito por um porta-voz do exército do país: "Nossa operações continuarão e se estenderão, se for necessário”, exibindo, ambos os representantes do governo, a postura de guerra de um dos lados da milenar disputa territorial.
O grupo Hamas, facção terrorista palestina que controla a Faixa de Gaza, pediu aos seus adeptos que se vinguem do ato carnificina de sábado.A Liga Árabe,com um tom diplomático, declarou anteontem , por meio de seu secretário-geral, que iria organizar uma reunião a fim de examinar os estragos dos mísseis. Israel também realizaria uma reunião para discutir a formação de operação militar na Faixa de Gaza, caso o cessar fogo não fosse reacordado.
A situação, como de costume, já chegou a nível internacional. A Liga Árabe também comunicou sábado que pedirá ajuda do maior órgão mundial ,para intervenção em conflitos , com o intuito de Israel encerrar os atos violentos. Mas a experiência da ONU anuncia como serão os próximos capítulos de uma das novelas mais longas da história.
PARCEIRA DOS AMERICANOS
Sempre ao lado dos homens que lhe deram abrigo, ela ratificou em 1948 a injusta repartição do território do Oriente Médio em favor dos judeus, os quais controlam até hoje grande parte da economia americana. Ela se pronunciou hoje para que haja entendimento entre as partes em desavença e pede um fim das destruições humanas e materiais.
Mas a posição correta que a organização deveria tomar para se redimir da vergonhosa concessão pós- segunda guerra seria apoiar os palestinos. Um apoio que reprove a hostilidade e crie um Estado para eles com um tamanho que comportem-nos de modo a garantir-lhes a sobrevivência digna. Acabando com a altíssima concentração humana, a maior de todo o planeta: aproximadamente 4.200 por km2.
Infelizmente, porém, a postura é e será diferente. Com o pronunciamento desta segunda, a organização das “nações unidas” expõe seu discurso formalmente apaziguador e imparcial, que, na prática, se converte na manutenção da desigualdade entre os povos em guerra. Favorecendo, pois, os israelenses--pura coincidência que acontece há exatos 60 anos.
Os Estados Unidos, seguindo na mesma linha, só que expondo claramente sua verdadeira cara, puseram a culpa somente nas costas do Hamas , incentivando a carnificina cometida contra terroristas, civis e crianças.Bush encerra e Obama deve continuar.
FRUTO DA INJUSTIÇA OCIDENTAL
São seis décadas de um convívio marcado pela inimizade, sangue e dor.As várias tentativas de apaziguar a relação israelenses/palestinos, quando pareciam quase vitoriosas, algo inesperado destruíram-nas.Na década de 90, repleto de tensões na Ásia Menor e de negociações em busca de um relacionamento pacífico entre os principais inimigos da região, o esforço de ambos os lados e inclusive da superpotência, com o comando de Clinton, legou apenas a experiência e a esperança.Desacordos de última hora e mortes impediram um novo século mais calmo e contribuíram para o crescimento do ódio aos EUA.
O 11 de setembro, data histórica pelo envolvimento de diferentes nações --ocidentais e orientais-- jogou a confiança e soberba de muitos norte-americanos ao nível do mar. O medo do terrorismo invadiu a América, a Europa e o mundo. Concomitantemente, os orientais cansavam de morrer, a conviver com os cadáveres, com a invasão de suas terras e sofrer com os massacres e humilhações.
Morreram e morrem afegãos, iraquianos e palestinos.Os ocidentais exibiram e exibem seu lado egoísta e perverso de subjugar com ações desrespeitosas e violentas, defendendo claramente um único povo.A criação de um Estado e expulsão de inúmeras pessoas de seus terrenos sem lhes dar um lugar decente, repercute e repercutirá por séculos e séculos se não houver justiça.
Os acordos serão temporais e parciais( somente entre um governo e um grupo que integra uma população nacional—como o estabelecido durante seis meses recentes), ou serão , aqueles firmados com todas ou quase todas as forças que se opõe, impossíveis; caso a divisão justa de terras for posta fora do resultado final das conversas diplomáticas.