PLANETA EM MOVIMENTO

sábado, 13 de fevereiro de 2010

BRASIL SE PREPARA PARA SER AUTOSSUFICIENTE EM ADUBOS

Fábrica de fertilizantes da Petrobras em Sergipe( Fafen-SE)


Hoje o país compra cerca de 65% da quantidade de adubos que consome. Governo quer incentivar a produção nacional diminuindo custos dos produtores.

O Brasil é detentor da maior quantidade de terras agricultáveis do mundo. No entanto, depende de um produto fundamental para desenvolvimento de suas culturas, os fertilizantes– também conhecidos como adubos. Hoje, o país importa mais da metade do que precisa para a agricultura. Visando reduzir essa dependência externa e se tornar auto-suficiente, o governo federal pretender facilitar a vida dos potenciais produtores.


A idéia , segundo o ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, é estimular a produção por meio de incentivos aos grandes produtores da área da mineração; já que grande parte dos fertilizantes produzidos têm como insumo recursos minerais. Dois dos estímulos principais são a diminuição da carga tributária paga pelo setor e o valor pago pela Contribuição Financeira pela Exploração dos Recursos Minerais (CFEM).


Vale e Petrobras estão entre as possíveis beneficiadas. Ambas as empresas detêm grandes jazidas de minerais próprios para adubos, porém exploram muito aquém do potencial das reservas. A companhia de capital misto, possui 100% de uma jazida de potássio no Amazonas, mas no momento a mantém como inativa. Estima-se que tenha potencial para ser a terceira maior do planeta, entretanto exigiria investimentos superiores a R$ 2 bilhões. Já a empresa totalmente privada tem uma mina de potássio no Espírito Santo e explora somente 50% da capacidade.


“Estamos forçando um entendimento entre a Petrobras e a Vale para produzir em larga escala fertilizantes aqui, sobretudo na mina do Amazonas”, afirmou Lobão. Os fertilizantes podem ser fabricados através do calcário, potássio, fósforo, enxofre, magnésio, entre outros minerais. Além disso, podem ser fabricados a partir do processamento do gás natural, gerando amônia e uréia.


Para o ministro, há falta de fertilizantes no mundo e “ nos mandam o que sobra, ainda assim, por um preço elevado”.Como grande parte da produção mundial está nas mãos de poucos países, quando há qualquer problema que afete a oferta no setor, com muita demanda, os consumidores pagam por preços muito caros. “Então, passa a ser uma questão de natureza estratégica a produção de fertilizantes. Precisamos de segurança de fornecimento”, disse Lobão.


Para a Vale, o Brasil tem a possibilidade de se tornar autossuficiente daqui a três anos, segundo o ministro. De acordo com ele, a empresa realizou essa estimativa considerando suas fábricas em território brasileiro e estrangeiro, em países sul-americanos como Argentina e Peru. A Vale anunciou este mês a compra da maioria das ações da Fosfertil, que possui unidades fabris produtoras de amônia e uréia. A aquisição seria uma das maneiras de escoar o gás natural de suas zonas de exploração, que só tendem a aumentar a produtividade.


A Petrobras caminha no mesmo sentido de ampliar a produção de fertilizantes a partir do gás. Hoje é a principal fabricante deste insumo da agricultura, possuindo duas fábricas, a Fafen-SE e Fafen-BA. A Companhia está para construir a terceira unidade este ano, provavelmente no estado do Mato Grosso.Segundo a Petrobras, a razão para o investimento seria a busca da autossuficiência brasileira e uma alternativa para aproveitar a riqueza gasífera. De acordo com dados da Companhia daqui a cerca de cinco anos o país terá gás suficiente talvez até para exportar.
A boa perspectiva futura, se concretizada, terá impactos no bolso de todos os brasileiros indiretamente. Uma vez sendo independente no setor, o Brasil venderá o insumo para os agricultores por um preço mais barato, com conseqüências diretas no valor dos alimentos. Em 2008, o preço de alimentos chegou a encarecer mais de 30% por conta da alta dos adubos. Hoje eles representam boa parte do valor do que é pago pelo consumidor nos supermercados.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

PARA BARRAR A ALTA DA GASOLINA




Para ajudar o bolso do consumidor, o governo retirou provisoriamente um dos impostos que incide sobe o preço da gasolina. A medida se dá depois que se percebeu que haveria aumento do preço do combustível após a diminuição do percentual de álcool de 25% para 20%– combustível mais barato. Assim, o governo evita gerar oscilação da gasolina e a inflação com conseqüências em boa parte da economia.


Na segunda-feira da semana passada, em vários estados, quando começou a validar a menor mistura, o preço da gasolina começou a ameaçar sinais de alta. Com o corte do imposto, o preço por litro da gasolina fica oito centavos mais barato para as refinarias, o que deve ser repassado para os postos seguindo o objetivo governamental.


A redução de 5% do percentual do biocombustível da cana na gasolina aconteceu por causa da baixa dos estoques de etanol no país. Por causa do período bastante chuvoso, nos dois últimos meses do ano passado, milhares de toneladas de cana não se desenvolveram totalmente para serem comercializadas com a produtividade requerida pelo mercado.


A mistura deve voltar ao percentual anterior quando a próxima safra de cana já estiver disponível para a produção do combustível limpo, em maio. O corte provisório do imposto termina no mesmo período, no último dia de abril. A medida irá gerar um gasto total para o governo de R$ 91 milhões.


Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a medida evita gerar a oscilação no mercado. Especialistas dizem que é uma maneira de evitar a pressão sobre o índice de preços e evitar a tendência do BC de elevar a taxa básica de juros por conta da inflação. Seria um novo impacto negativo no setor de combustíveis, já que o gás natural se mantém ora com bastante ora com baixa oferta e o álcool registra nos últimos doze meses variações bruscas de preços.


Com a disparada do preço do combustível da cana, encarecendo cerca de 50%em apenas seis meses ao longo de 2009, motoristas perderam a margem de economia com o combustível limpo e passaram a gastar muito mais. A maioria que tem automóvel flex está migrando temporariamente para a gasolina. Se o derivado do petróleo encarecesse ainda mais por conta da diminuição do álcool em sua composição, os efeitos iriam ser sentidos em uma série de outros setores da economia.


O corte do imposto vem em boa hora. Ele evita que os preços principalmente dos alimentos se encareçam ainda mais, como foi registrado no mês de janeiro. Arroz., feijão e açúcar , entre outros gêneros alimentícios, tiveram seus preços inflacionados; os dois primeiros em cerca de 9% e o último em mais de 70% em determinadas cidades como Rio de Janeiro. Hoje o quilo do açúcar refinado custa em média R$ 2,18 nos mercados cariocas, contra R$1,20 que vinha sendo registrado no começo do ano.