PLANETA EM MOVIMENTO

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

SEM GÁS HÁ UM MÊS E MEIO, MATO GROSSO ESPERA PELA ESTABILIDADE DO MERCADO

UTE Mário Covas. Parada desde 2007 por falta de gás

Comerciantes e taxistas somam perdas. Petrobras é sondada para trazer melhoras ao mercado de gás natural

Já são mais de 45 dias sem o suprimento de gás natural em Mato Grosso, desde que a estatal de gás estadual MT Gás – que detém o controle de explorar a distribuição de gás e a operação da rede– suspendeu judicialmente o contrato de transporte da GasOcidente. Os transtornos pela falta do insumo atingiu diversos segmentos consumidores, sendo os mais atingidos o termelétrico, industrial e veicular. O corte de gás ocorreu três meses após a assinatura do governo estadual com a Bolívia para receber o insumo pelos próximos dez anos.

O acordo firmado entre os governos promoveu um incentivo entre muitos mato-grossenses de optar pelo gás em seus negócios e veículos. Alguns donos de postos investiram milhares de reais para adquirir equipamentos e muitos taxistas, na conversão de seus carros. Com o corte no mês passado, os prejuízos só aumentaram para eles. Os taxistas são obrigados a optar por outro combustível mais caro e, consequentemente, o movimento nos postos é pequeno; em nada compensando a conversão e compra de equipamento para abastecer com o combustível gasoso.

Para os donos dos postos a preocupação é maior. Eles alegam que, por conta da instabilidade, os motoristas que antes estavam pensando em converter seus automóveis agora desistirão de vez. Segundo os proprietários, eles investiram no gás natural por causa da certeza do abastecimento com a assinatura entre Bolívia e Mato Grosso, mas o cenário positivo e a espera de lucros se transformaram em preocupação de as despesas terem sido em vão.

A expectativa é da volta do abastecimento ao estado a qualquer momento, já que governo e GasOcidente já se acertaram. De acordo com o presidente da MT Gas , Helny de Paula, com a retomada do gás o preço do metro cúbico não sofrerá reajustes , se mantendo em R$ 1,49. A planta da Sadia, alimentada com o insumo, também comprará o metro cúbico pelo mesmo preço.

O acordo de entendimento emergencial entre governo e GasOcidente, no entanto, prevê que a empresa possa continuar operando apenas até dia 31 de janeiro. A GasOcidente crê na solução em um acordo definitivo. Em caso negativo, a partir do dia primeiro de fevereiro o estado teria estoque de gás por seis meses, tempo máximo para firmar contrato com outra empresa de distribuição.

O interesse do governo de Mato Grosso é vender a MTGás para a Petrobras, como afirmou semana passada em Brasília o governador Blairo Maggi. No dia anterior, a senadora Serys Marly( PT/MT) havia proposto a Maggi a venda para a Companhia , alegando que traria o fim dos problemas de oferta de gás natural. Além do GNV assegurado, uma planta da Sadia não sofreria com os transtornos da instabilidade e a Usina Termelétrica Mário Covas , parada desde 2007, poderia voltar a operar e gerar 400 MW/H( a termelétrica também será oferecida à Petrobras).

Para que o negócio possa dar certo, fora as duas partes interessadas diretamente, governo federal e a Assembléia Legislativa do estado têm de dar aval, reconhecendo a viabilidade e necessidade do negócio. O ministro das Minas e Energia ,Edison Lobão, e a chefe da Casa Civil ,Dilma Roussef, de acordo com Maggi, se comprometeram a encaminhar a proposta internamente no âmbito da União.

Com a aquisição da Petrobras, de acordo com as expectativas dos políticos mato-grossenses, o mercado de gás natural irá finalmente se desenvolver no estado. A maior garantia de oferta contínua, segundo acredita Serlys Marly, irá incentivar a adesão de novos consumidores de gás e , com a termelétrica, atrair industrias que buscam fornecimento garantido de energia.

Fontes: Diário de Cuiabá, Expresso MT, Mídia News e site da MT Gás.

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