PLANETA EM MOVIMENTO

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O TEMPO CURA A DOR DOS VASCAÍNOS


Campanha na Taça Rio, apesar da eliminação na semifinal, revela qualidade na equipe 2009


O Vasco foi rebaixado, zoado pelos arqui-rivais e criticado pela imprensa. Os torcedores sofreram e talvez achassem que o time não iria conseguir se recuperar tão facilmente em pouco tempo.A má- fase foi reconfirmada no primeiro turno, com a ausência das semifinais pela escalação de um jogador não inscrito.Mas nada melhor do que o tempo para curar as tristezas.
Em dezembro de 2008, um dos priores momentos na vida dos cruzmaltinos Após uma campanha com aproveitamento irrisório no campeonato brasileiro o time foi rebaixado para a segunda divisão (série b), pela primeira vez em sua história. O Vasco era um dos poucos clubes a ter se mantido, até então, somente na série A, mas nos últimos anos esteve no grupo dos que mais vezes estiveram perto da degola. Durante toda a competição, no ano passado, a equipe de São Januário manteve fraco desempenho e nas rodadas finais a preocupação e o medo de deixar a elite se intensificaram.
Muitos vascaínos, por mais que tivessem suas esperanças, custavam em acreditar em um milagre. O elenco, dentro de campo, cometia erros incompatíveis com as vitórias necessárias. Os empates e derrotas vieram e no último jogo , em casa, contra o Vitória, a torcida viu, com 2 a 0 desfavorável, a queda.A emoção falou forte e o choro correu pelo rosto de milhões de vascaínos em todo o Brasil. No Rio de Janeiro, principalmente, a tristeza foi reforçada pela zombaria dos flamenguistas, botafoguenses e tricolores.
O maior vexame da equipe luso brasileira justamente no ano da posse de seu ídolo maior, Roberto Dinamite. O sonhado dirigente, finalmente vencendo as eleições, havia acabado com o comando “corrupto” de Eurico Miranda, e proporcionou , depois de muito tempo sem títulos e sofrendo com crises , alegria à comunidade cruzmaltina. As tensões tenderiam a diminuir e a relação com a mídia melhorar–– e como!Somente a segunda possibilidade parecia se cumprir. O drama insistiu em permanecer por mais alguns capítulos na narrativa de São Januário.
O rebaixamento doeu, porém foi engulido. Um ano novo iniciado, novas metas em foco. Com o Estadual à vista, o objetivo era conquistá-lo, começando pela Taça Guanabara. O elenco, com novos jogadores contratados, mostrava ter evoluído e conseguiu se classificar para as semifinais do primeiro turno. No entanto, uma notícia do poder judiciário anunciava perda de pontos por escalação de atleta irregular. Assim, o Vasco perdia a chance de disputar as decisões da Taça GB.
O salvador da pátria, Dinamite começou a ser visto como um problema. Ele foi julgado ser incompetente para assumir o cargo de diretor de um clube grande e muitos desconfiavam dele ser capaz de conseguir assumi-lo com sucesso. Na queda para a segunda divisão parte da mídia havia opinado ter sido ele o grande culpado, mas a maioria disse ter sido fruto da estrutura deixada por Eurico. Dinamite e os próprios defensores afirmaram que o caixa estava fraco e não permitia reforçar a equipe como se desejava–– mas não teve jeito, os reforços vieram para o Estadual.
No meio da indefinição, os torcedores, os mais prejudicados temiam por piores momentos. Comentaristas, influenciados pelas derrapadas constantes, arriscaram que a equipe luso-brasileira seria a única, dentre os grandes clubes, a ir para a série B e permanecer lá por temporadas. Seria um fim? Na verdade, o rebaixamento foi 95% causado pela péssima administração Eurico e 5% pelo atual cartola, talvez por sua inexperiência.
Mesmo com a pisada na bola com a escalação irregular, a experiência vai sendo ganha. O bom futebol da equipe renovada é uma prova–– reforçada no segundo turno. A campanha de 100% deve ter surpreendido e posto uma grande interrogação na mente de quem previa a permanência de negras nuvens sobre o céu de São Januário. A Taça Rio, de tão positiva, registrou a vitória nos dois clássicos, contra o finalista da competição Botafogo e, algo que não ocorria há vários jogos, contra o maior rival Flamengo. Na Copa do Brasil o time permanece.
A auto-estima do vascaíno melhorou e as camisas com a faixa preta em diagonal com a cruz de malta no peito são vistas na rua com maior freqüência. A esperança, a última a morrer, retornou agora com não só por promessas, mas pela bola jogada nos gramados. Os elogios ao técnico são vários. Um bom comandante e o entrosamento de seus comandados é a luz para a volta à elite do Brasileirão. Dificuldades, entretanto, persistem e farão parte da jornada.
A imprensa carioca diz que o centro de treinamento Vasco Barra pode ser perdido por causas financeiras. Lugar essencial para uma equipe se preparar bem, juntamente com os salários em dia e o relacionamento saudável entre comissão técnica e diretoria. O mandato de Roberto Dinamite mal se iniciou, porém com grandes desafios. A sua postura, em poucos meses ou até o final de 2009, exibirá sua identidade e qualidade como presidente, honesto e competente ou corrupto e incompetente, como vários cartolas antigos e atuais.
Aos vascaínos o futuro se desenha promissor, mas com a condição de trabalho responsável e de calma por parte da torcida. A goleada sofrida contra o Botafogo não é para desanimar, foi apenas um deslize a ser evitado no porvir. Os 24 pontos em oito jogos não foram à toa. A série B pode ser sim um destino apenas de passagem , no qual se aprenderá a dar valor e fazer por onde quando se está no topo

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