PLANETA EM MOVIMENTO

sexta-feira, 13 de março de 2009

O HOMEM E A NATUREZA CARIOCA

O contraste marcante de uma cidade maravilhosa

O Rio é uma das melhores cidades do mundo por uma série de motivos, o principal sem dúvida é a combinação da sua natureza fantasticamente exuberante com serviços o mais sofisticados de uma grande metrópole mundial.Os gringos não resistem e visitam a cidade anualmente. Alguns esquecem da vida por aqui e acabam morando. Os cariocas, apesar de terem ao seu redor a beleza como costume, não se cansam de se apaixonar cada vez mais por ela.
O Pão de Açúcar, o Corcovado, a praia de Copacabana... cartões postais conhecidos pelo mundo afora, cansados de serem gravados e aparecerem em filmes e novelas. A visualização deles , se repetitiva na mídia, é incansavelmente apreciada por quem contempla-os presencialmente e com freqüência. Suas formas e tonalidades são obras de arte que a cada olhar revelam algo de novo e especial, prendendo atenção.
Na zona sul, locação de muitas tramas globais, belezas se encontram em pontos menos conhecidos para os turistas. São recantos onde a fauna, a flora e os homens convivem harmoniosamente. No Jardim Botânico, no Parque Lage, Parque da Cidade, entre outros. Espaços delimitados oficialmente e em outros onde o urbano e a natureza convivem sem barreira alguma, independente da região do município.
A peculiaridade da capital fluminense tem uma explicação. A vastidão de afloramentos rochosos promove naturalmente o desenvolvimento da vegetação, na qual se cria um ambiente adequado para a moradia de bichos. Muitos prédios e casas, empurrados pela expansão imobiliária que ocorre há séculos, se tornam vizinhos de áreas assim, típicas do interior.
Em Copacabana, na comunidade dos Cabritos e nos condomínios ali próximos, de vez em quando, inesperadamente, galhos balançam com estranheza. Logo se percebe micos pulando de um para o outro ou se arriscando, com perigo, pelos fios de eletricidade. Eles são tratados como celebridades. O público os mira e prazeirosamente arriscam lançar-lhes mimos alimentícios.
O privilégio de se desfrutar de um zoológico sem sair de casa é uma marca registrada de uma região conhecida pelos seus morros e florestas. Na Grande Tijuca perceber um pedaço de rocha envolta por uma pequena mata é fácil. Em várias ruas se constata um monumento desses, dentro dos quais a vida da fauna bate sem parar.
No sub-bairro da Muda, perto da rua General Espírito Santo Cardoso, moradores não se surpreendem com vizinhos pouco convencionais. Pererecas, rãs, lagartos, micos e até cobras, as únicas que assustam. Seu Francisco, residente há mais de vinte anos no bairro, disse ter encontrado em frente de sua residência, há aproximadamente cinco anos, uma cobra coral. Segundo ele, seu filho, na mesma época, deu de cara com outra cobra em seu quintal.
As aparições de répteis, ao invés de agradar, preocupa muita gente. Na Baixada de Jacarepaguá rica em áreas alagadas, com lagoas, rios e pântanos, os jacarés, principalmente os de papo-amarelo, de tão numerosos deram o nome à região. No Recreio dos Bandeirantes eles nadam em um dos córregos, descansam em suas margens e andam livremente sem haver nenhuma divisória que impeça os animais de chegarem as calçadas e ruas residenciais.
O medo dos moradores é facilmente resolvido. Coloca-se uma cerca e pronto. Para os jacarés, peixes, garças, micos e cobras, cujos habitats se reduzem ou são poluídos em velocidade acelerada, a melhoria de vida depende de um compromisso dos governos estadual e municipal para com o meio ambiente. Ambas as esferas devem despoluir as lagoas e rios, impor a obrigatoriedade de saneamento básico em todas as construções em torno deles, acionar a fiscalização nas florestas, que impeçam a proliferação e expansão de casas e prédios irregulares, e o reflorestamento em encostas desmatadas.
As condições para se chegar ao estágio ideal mal se iniciaram. A lentidão e má vontade das autoridades só não estragaram muitas das belezas cariocas porque a cidade , de tão abençoada, abriga uma vastidão de atrativos dignos de cunharem sua fama. Eles ainda resistem, por força própria e com pouquíssimas contribuições. Porém não conseguem combater para sempre e os escassos ajudadores, como o adjetivo indica, são incapazes de impedir que um dia as maravilhas possam ir.

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