METRO DE PROBLEMAS
Mesmo depois de um processo da Câmara de Vereadores, para cassar a concessão da Metro Rio, que administra o sistema metroviário na capital fluminense, o transporte subterrâneo continua apresentando os mesmos problemas. É atraso entre as composições, superlotação e paradas ao longo do trajeto; dificuldade diária para os passageiros irem e virem. As condições de viagem em horários de maior movimento é crítica.
Na segunda-feira (dia 26), às 18h, a plataforma da Estação Cinelândia foi o retrato da situação que vive o carioca. A plataforma estava tão cheia, que apenas sua parte central estava livre para o trânsito de pessoas. Para conseguir embarcar, para quem estava longe do vão entre o trem e a plataforma, a solução era esperar por mais quatro ou cinco outras composições. Para atender a demanda da Estação, uma composição da linha 2 saiu vazia de Botafogo para a Cinelândia, onde chegou às 18h30.
A quantidade de pessoas era tanta que logo os vagões da composição superlotaram na Estação Carioca. Logo os males foram sofridos por quem estava neles, como calor e dificuldade para respirar. “O metro estava super lotado. As pessoas ficavam coladas uma na outra. Um calor e todo mundo suado. Mal conseguíamos respirar. Um cadeirante, que estava próximo à porta, também ficou espremido”, disse o estudante Léo Ribeiro. Pessoas até já passaram mal, como mostra imagens do RJTV, jornal da TV Globo, a ponto de terem de ser retiradas do vagão para não desmaiarem.
O empurra-empurra para entrar e sair dos vagões oferece, junto com as condições ideais para provocar pressão baixa, outros riscos à saúde. As pessoas que ficam na plataforma a espera do metro, mal esperam (ou não esperam) os passageiros saltarem quando o trem enfim chega. Pessoas, no vai e vem do choque corporal, se machucam. Na quinta-feira(dia 29), em uma das incontáveis cenas de violência, uma passageira na estação Central foi imprensada no ferro do centro do vagão quando a multidão se espremia à força para conseguir embarcar naquela composição. Ela chegou a gemer de dor.
A briga para entrar e sair se soma à dificuldade para tentar desembarcar na Estação desejada. Muitas vezes passageiros só conseguem saltar em estações posteriores a sua, como aconteceu na segunda-feira (dia 26) com alguns. “Eu estava indo pra Uerj, mas sequer consegui sair no Maracanã. Tive de desembarcar em Del Castilho. Perdi tempo de estudo.Um absurdo. Mas esse foi mais um dia de dificuldade no metro”, diz Léo Ribeiro.
O atraso na rotina das pessoas que utilizam o transporte é constante. Em praticamente todas as viagens as composições fazem uma ou mais paradas entre as estações e indicam “estamos aguardando a liberação do tráfego à frente”. O intervalo entre as composições, que segundo a concessionária é de quatro minutos, chega aos oito. Mas como os vagões em vários horários estão lotados, é preciso esperar por trens mais vazios e ver os oito minutos duplicarem.
As dificuldades da concessionária Metro Rio, que gera beira à irresponsabilidade a partir do momento que permitiu a integração metro + trem sem ter ampliado sua frota, ficam latentes em quase todas as suas ações. O fim da integração no Estácio – exceto em certos horários e finais de semana, transferida para a estação central, manteve o mesmo caos em vez de se tornar solução. A promessa da Estação Cidade Nova, prevista para começar a operar em março deste ano, se materializa em obras – custeadas pelo governo estadual – que devem acabar apenas em junho.
A manutenção da Metro Rio como concessionária e seu contrato com o governo do estado estendido por mais 20 anos a partir de 2018 se deve ao envolvimento da esposa de Cabral, Adriana Ancelmo, com a empresa, segundo um político do PSB no lançamento de candidatura a deputado estadual na última semana de abril. O político, do mesmo partido dos ex-governadores Antony Garotinho e Rosinha Mateus, afirmou que Adriana é uma das advogadas da Metro Rio; dando a entender o porque da renovação até 2038.
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial