PLANETA EM MOVIMENTO

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

MAL QUE GERA MAL

Violência urbana aumenta número de vítimas de Transtornos de Estresse Pós-Traumático
A violência urbana nas grandes cidades aumenta temerosa e progressivamente.A cada dia as notícias que mais aparecem nos telejornais são aquelas que mostram assaltos, assassinatos, tiroteios e toda a sorte de perigos a que está sujeita a maioria da população sem a segurança do Estado.E uma das doenças psiquiátricas que está brotando ou piorando em decorrência desse problema social é o estresse.
Na cidade conhecida como maravilhosa, por exemplo, o crime ronda as esquinas de todos os bairros.Nenhum deles está a salvo.Nem mesmo os que sustentam o IPTUs mais caros.No Leblon seqüestros e invasão a apartamentos acontecem; em Ipanema e Copacaba as trocas de tiros nas comunidades do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho,respectivamente, desvalorizam em mais de 50% os imóveis;nas áreas mais afastadas da cidade, como a região noroeste, o poder paralelo manda e põe terror em quem não colabora com o reinado ilegal.Para todos os lados as grades confinam os homens de bem e libertam os perigosos.Uma cidade sem lei, realidade semelhante ao que vivenciam outras metrópoles:São Paulo, Porto Alegre, Salvador...
As oportunidades estão dadas para o avanço dos Transtornos de Estresse Pós-Traumático(TEPT).Segundo o site do Programa de Atendimento e Pesquisa em Violência, da Universidade Federal de São Paulo, o TEPT pode ser desencadeado após o ser humano passar por situação traumática muito intensa " Cerca de 15 a 20% destas pessoas desenvolverão o TEPT", registra a página eletrônica do programa da UNIFESP.
Uma das marcas da doença é a constante lembrança do fato traumático ocorrido, através de sonhos, imagens mentais e flashbacks, de acordo com o site.O veículo de comunicação informa que as revivências dos eventos negativos são acompanhadas de intenso sofrimento e são independentes da vontade. Por causa dos momentos de profunda incomodação, os portadores do TEPT tentarão evitar, de distintas maneiras, tais recordações.
"Passam a evitar assistir filmes ou noticiários de violência ou conversar sobre o tema.Com isto vão se isolando socialmente. Não é incomum o paciente se queixar de um anestesiamento afetivo, sente-se incapaz de demonstrar o seu afeto para as pessoas amadas. Se retrai do convívio familiar. Com o quadro tem grande prejuízo, por vezes levando até o abandono do emprego", informa o site, que ressalta : " O Transtorno de Estresse Pós Traumático pode vir a surgir até um ano após a situação de violência brusca experimentada.
A professora doutora da UERJ, Maria Luiza Bustamante de Sá, ratifica que o transtorno só aparece quando há um contato mais forte com atos violentos. Nos demais casos, segundo a docente, o TETP apenas se desenvolve se a pessoa ter uma pré-disposição à ele. “O estresse decorrente da violência urbana tem condições de desestabilizar quadros mentais , mas não criá-los.Exceto se o indivíduo vivencie uma experiência muito brusca, como ficar preso em meio a uma troca de tiros entre bandidos e policiais ”, explica Maria Luiza. Segundo ela, no caso exemplificado, a vítima adentra em uma dimensão mais profunda da gravidade social com o qual está exposta.
Infância pode determinar pré-disposição
De acordo com Maria Luiza, que também ocupa o cargo de coordenadora do Projeto Capacitação e Treinamento para Atendimento Psicológico para Crianças Vítimas de Violência, a infância é uma fase decisiva para formar um ser humano equilibrado. A professora informa que o processo de transição da infância, iniciado aproximadamente aos seis anos, começa a desfazer o imaginário da criança e a mostrá-la um novo universo, muitas das vezes amargo.
"A criança percebe que antes o mundo em que vivia era muito mais bonito. Ao descobrir aos poucos a realidade , dependendo da criança, passa a ser muito insegura, medrosa , assustada. Elas descobrem que os amigos não são tão confiáveis e bonzinhos, os irmãos não são tão generosos”, relata a professora doutora.
Mas o futuro dos menores dependerá da família e do meio no qual vivem.“Se estão inseridas em um mundo violento, agressivo, expostas continuamente a eventos de confusão, assassinatos ou a cenas sexuais-- muitas vezes protagonizadas pelos próprios pais que não se importam em se relacionar sexualmente na frente dos filhos pequenos--, os menores serão propícios a se tornarem problemáticos.

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