PLANETA EM MOVIMENTO

quarta-feira, 18 de maio de 2011

PASTORIL DO FACETA


DO CRIADOR AO PASTORIL

Nasce em Carpina-PE, no dia 8 de janeiro de 1925, Constantino Leite Moisakis. Com esse nome foi registrada uma das figuras mais representativas do pastoril profano de Pernambuco. "Velho Faceta" , como ficou conhecido, morreu em agosto de 1986, depois de ter vivido a glória do pastoril.

Contrariando a vontade de seu pai, Constantino tronou-se velho de pastora e até a sua morte trabalhou para manter acesa essa tradição típica do Estado de Pernambuco. Acredita-se que o pastoril surgiu no final do século XIX como uma "nova estratégia" para atrair candidatos à iniciação sexual.Um show de variedades, onde mulheres eram apresentadas ao público.

"Simbolicamente, o Pastoril Infantil ou a Lapinha pregava e sugeria o ideal da Imaculada Conceição; o Pastoril-de-Ponta de Rua (profano), ao contrário, defendia o ideal revolucionário do prazer e do sexo sem concepção", descreve o livro "O Pastoril Profano de Pernambuco".

Não faltam nomes para o Pastoril profano: "Pastoril de Jornadas Soltas", "Pastoril de Cebola", "Pastoril de Velho", "Pastoril de Mulheres", "Pastoril de Ponta-de-Rua" ou "Pastoril de Mulé-de-Vida".

Muitos pastoris adultos ficaram conhecidos pelo nome do velho que os comandava, como o "Pastoril do Futrica", "Pastoril do Balalaica" ou "Pastoril do Barroso", irmão de Faceta e também bastante popular. O "Pastoril do Velho Faceta" também era conhecido por "Rosa Branca".

Tradicional, o Velho Faceta manteve sempre as regras originais no seu pastoril. Numa apresentação que começava às oito da noite e só terminava de madrugada, o Velho dividia o palco com as suas pastoras cantando, dançando e dizendo piadas, sempre com um tempero picante.

Faceta não gostava de se apresentar em centros mais desenvolvidos, preferindo os pequenos povoados, onde a população sabia participar da brincadeira. O Velho Faceta fazia shows interativos. Alguns pagavam ao Velho para ele dizer impropérios contra outras pessoas que participavam da apresentação. E ele mandava, entre outros: lençol de bixiguento, sovaco de aleijado, pancada na canela.

Hoje o pastoril profano é quase uma memória, relembrado por poucos, entre eles, o Velho Mangaba e o ato Walmir Chagas.

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